A sabedoria popular vai buscar na literatura clássica alguns provérbios que definem situações semelhantes em nosso cotidiano. É o caso dessa expressão que tem origem na peça “Hamlet” de Shakespeare. A trágica história conta que, Hamlet após constatar as conspirações e traições que se praticavam no palácio em que vivia se fez de louco para parecer não compreender o que estava acontecendo. Agiu assim para sobreviver. Um dos oficiais teria dito que ele não queria ver que “havia algo de podre no reino da Dinamarca”.
E assim, a expressão passou a ser usada quando há indícios de que algo grave e indecente está acontecendo nos bastidores de um governo. A desconfiança de que a corrupção campeia numa administração motiva essa comparação com a frase shakespeariana. O odor que exala da podridão nos ambientes oficiais, não permite mais que se esconda o quanto está comprometido um governante com as tenebrosas ações praticadas ao seu redor.
Nem as cortinas de fumaça, estrategicamente colocadas, conseguem encobrir o lamaçal em que se vê atolado. O poder econômico e político já não se manifesta capaz de encontrar meios que possam vedar a percepção da ineficiência, da incompetência e da imoralidade no trato da “coisa” pública.
O que se faz “intramuros”, “por debaixo do pano”, “às escondidas”, termina por ser, aos poucos, denunciado. E, para tal situação, não há outra afirmação a ser dita: “há algo de podre no reino da Dinamarca”. Ninguém engana todo mundo o tempo todo. A história político-administrativa universal é pródiga desses exemplos.
Fonte: Rui Leitão
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