SÃO PAULO – O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) aumentou 1,77% em agosto, totalizando R$ 1,9 trilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Mesmo com esse…
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) aumentou 1,77% em agosto, totalizando R$ 1,9 trilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. Mesmo com esse aumento o governo deve continuar realizando leilões, em função do aumento da demanda e da redução das taxas de juros, o Tesouro Nacional optou por ampliar a oferta de títulos públicos em setembro. O coordenador geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, disse que neste ano deve ser o maior volume de emissão. Já foram colocados no mercado cerca de R$ 40 bilhões e um novo leilão será realizado hoje.
“O Tesouro optou por vender mais em setembro, inclusive papéis mais curtos. Houve queda nas taxas e maior demanda, inclusive dos investidores estrangeiros”, explicou. Ele acredita que esta mudança no mercado se deve à decisão do Federal Reserve (o Banco Central Norte-Americano) de adiar o fim de sua política de estímulos monetários.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou ontem, que a dívida bruta brasileira está “basicamente estável”. Em audiência pública a duas comissões temáticas do Congresso, ela disse que o “ligeiro” aumento do indicador decorreu das escolhas da política econômica e não da “fragilidade fiscal”.
A DPMFi ( Imobiliária) teve seu estoque ampliado em 1,69%, ao passar de R$ 1.864,31 bilhões para R$ 1.895,84 bilhões, devido à emissão líquida, no valor de R$ 17,55 bilhões, e à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 13,98 bilhões. Com relação ao estoque da DPFe (Externa), houve elevação de 3,39% sobre o estoque apurado no mês de julho, encerrando agosto em R$ 95,84 bilhões (US$ 40,40 bilhões), sendo R$ 86,30 bilhões (US$ 36,37 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 9,54 bilhões (US$ 4,02 bilhões), à dívida contratual.
Segundo o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anfavea), Andrew Frank Storfer, o maior problema da DPF é sua composição. “A dívida em termos de perfil não mudou muito de um mês para outro, o que é a preocupação é como o governo está projetando essa mudança desse perfil de dívida, o ideal é alongar”, disse.
“Apesar dos juros terem caído o governo tem gasto muito, esse é o grande o problema e gasto não em investimento mas em custeio, arrecada mais em tributos e gasta mais, e caindo os juros o perfil da dívida continua forte, o governo não tem um programa para regular o custeio, para cobrir o buraco dessas necessidades, e a dívida continua subindo”, completou.
Garrido disse que também aumentou a procura por títulos de mais curto prazo pelos investidores nacionais. “O Tesouro tende a emitir risco menor quando o mercado está mais volátil e, quando há mais demanda, o Tesouro pode optar por acelerar as vendas”, disse.
O coordenador avaliou também que as emissões em agosto foram em nível “bastante satisfatório” e em linha com o emitido em junho e julho. “Apesar de o Tesouro não ter vendido mais títulos longos por causa da volatilidade, a demanda por investidores estrangeiros por nossos títulos continua forte”, afirmou. Ao vender papéis de prazos mais curtos, o impacto é menor no risco de mercado e adiciona menos volatilidade. Garrido afirmou ainda que as incertezas em relação ao orçamento nos Estados Unidos não estão impactando os preços no Brasil.
Câmbio e estrangeiros
Os estrangeiros aumentaram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em agosto.
O estoque de títulos nas mãos de estrangeiros subiu R$ 18,7 bilhões no mês passado. A participação destes investidores no estoque da DPMFi subiu de 15,51% em julho para 16,23% em agosto, somando R$ 307,77 bilhões.
As vendas de dólares no mercado futuro para segurar a cotação do dólar fizeram a proporção do câmbio na dívida pública atingir o maior nível em oito anos. A fatia da dívida mobiliária (em títulos) interna corrigida por moedas estrangeiras subiu de 3,92% em julho para 6,06% em agosto. O percentual é o maior desde janeiro de 2005, quando atingiu 8,03%.
Apesar de não envolverem a emissão de títulos, as operações de swap cambial tradicional, que equivalem às vendas de dólares no mercado futuro, interferem na composição da Dívida Pública Federal (DPF) conforme os critérios usados pelo Banco Central. Pelos critérios do Tesouro Nacional, que desconsidera as operações de swap, a participação do câmbio na dívida mobiliária interna ficou estável em 0,65% no mês de agosto.
Fonte: Paula de Paula – Agências – Terra
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