Por Rodrigo Polito | Do Rio
Em meio à crise energética atual, as duas térmicas acionadas em caráter emergencial – Cuiabá e Uruguaiana – estão sem produzir um megawatt sequer desde o início do mês, por falta de suprimento de gás natural, combustível utilizado pelas usinas. Com a interrupção da geração das térmicas, o Sistema Interligado Nacional (SIN) está deixando de receber 730 MW médios, volume que acaba se traduzindo em um consumo maior de água dos reservatórios hidrelétricos do país.
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a termelétrica de Uruguaiana, localizada na fronteira com a Argentina e que pertence à norte-americana AES, está sem produzir energia desde 6 de abril. Com capacidade instalada de 640 MW, a usina estava prevista para gerar 240 MW médios.
Segundo a AES Uruguaiana, a usina já consumiu toda a primeira carga de gás recebida pela empresa. “A térmica retomará seu funcionamento assim que a segunda carga de combustível estiver disponível”, disse a companhia, em nota ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor.
Procurada, a Petrobras informou que o segundo volume de gás natural liquefeito (GNL) comprado para abastecer a usina está pronto para ser descarregado. “Por questões climáticas e de logística na Argentina, ainda não foi possível atender à demanda da usina”, afirmou em nota.
A estatal também ressaltou que o GNL é entregue para a Sulgás, distribuidora de gás natural do Rio Grande do Sul, que contrata a regaseificação e o transporte do energético em território argentino e, depois, em território nacional, para atendimento à térmica. Procurada, a Sulgás não se pronunciou sobre o assunto.
No caso da térmica Mário Covas, também chamada de Cuiabá, a Petrobras é dona da usina. Segundo a companhia, a térmica encontra-se fora de operação desde 28 de março devido ao término do contrato de fornecimento de gás natural de curto prazo assinado com a estatal boliviana YPFB. “Um novo contrato está em negociação. Logo que seja finalizado, a térmica estará disponível para a operação”, informou a Petrobras.
Em fevereiro, as duas empresas haviam fechado contrato de compra e venda adicional de 2,2 milhões de metros cúbicos diários de gás natural para abastecer a termelétrica. O contrato tinha prazo de 20 dias, com possibilidade de prorrogação.
Com capacidade instalada de 530 MW, a térmica de Cuiabá estava produzindo 490 MW médios de energia desde meados de fevereiro. O gás natural importado do país vizinho era fornecido por meio de um ramal do gasoduto Brasil-Bolívia, que desemboca na capital do Mato Grosso.
Já a térmica de Uruguaiana teve o acionamento determinado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em 25 de fevereiro com base em avaliação feita pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no mesmo mês. O objetivo é que a usina produza energia em março e abril.
Em 2013, as duas térmicas também foram acionadas em regime de urgência devido à situação crítica do nível dos reservatórios hidrelétricos na época. O nível atual de armazenamento dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste é de 36,8%.
Fonte : Valor Econômico – 15/04/14
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